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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

GLAUCO MATTOSO – POETA CEGO


GLAUCO MATTOSO – POETA CEGO é um caso único na literatura brasileira. Esse estranho e prolífico poeta incendiário – o mais maldito dos poetas brasileiros – era apenas um daqueles que, nos anos 70, irreverente e jovem, escandalizava os burgueses com seus versos furibundos e anti-higiênicos, impressos em qualquer papel e vendidos nas ruas de mão em mão.



Eis um exemplo de seus poemas:
Soneto 846

DA MESMICE

Puseram um político no cargo
De chefe dos correios: logo a carta,
Que rápida se quer que chegue e parta,
Demora, se extravia e sofre embargo.

Puseram um político no posto
De chefe da polícia: logo o largo
Domínio dos bandidos mais amargo
Nos deixa da impotência aquele gosto.

Puseram um político na mídia:
A informação, que fora isenta e ilesa,
É máscara e só serve a quem preside-a.

Puseram um político na mesa
Da Câmara: mamatas e desídia

Então como estiveram, sem surpresa.

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